Memórias de um Assassino

Coreia do Sul, 1986. Numa pequena vila nos arredores de Seul, ao longo de seis anos e num raio de dois quilómetros, foram violadas e assassinadas 10 mulheres, entre as quais uma avó de 71 anos a uma estudante de 13 anos de idade. O primeiro homicida em série da Coreia deixou um rasto de sangue, mas para além das vítimas, não deixou um único vestígio. No decurso da investigação, que envolveu pelo menos 300 mil polícias, foram interrogados mais de três mil suspeitos. Contudo, não foi formalizada nenhuma acusação.
Naquela época, na Coreia, as investigações de homicídio limitavam-se ao interrogatório dos conhecidos da vítima. Para a polícia de então, tudo era uma experiência nova. Não havia mecanismos de criação de um perfil, nem se pensava sequer em preservar o local do crime para que fosse feita uma pesquisa forense. Tudo assentava em buscas e interrogatórios com base no sentido de dever e na persistência dos detetives. Nesta época de parcos conhecimentos, dois detetives de uma força policial mal apoiada só podiam contar consigo mesmos para enfrentar esta terrível série de acontecimentos. (RTP)