Omen

O filme oferece o seu melhor nos primeiros vinte minutos, nos quais o protagonista viaja da Bélgica para o seu Congo natal, após dezoito anos, para se juntar à sua família, fiel aos valores tradicionais, que um dia o rejeitou devido a uma suposta maldição do diabo. No entanto, em vez de compreensão e de reconciliação, o que encontra é um desprezo constante, preconceitos retrógrados e práticas sombrias. Esta parte é absolutamente fantástica, mas depois disso a narrativa infelizmente desvia-se entre múltiplos personagens e dissolve-se num conjunto mais vasto de temas, desde a cura xamânica de uma infeção venérea até às rivalidades territoriais dos gangs de jovens de rua. Organizada em capítulos, a narrativa fragmentada que se desenrola durante as férias da Páscoa consegue ainda assim entreter, apesar do seu carácter ligeiramente caótico e ilegível, graças à originalidade que se inspira em tradições culturais tribais, bem como em cenas bizarras que incluem, por exemplo, uma versão africana de Hansel e Gretel. (03/07/2023)