Nanga Parbat

Não espere uma grande aventura nos Himalaias. Nanga Parbat está mais próximo dos filmes de Werner Herzog do que do seu rival alemão Face Norte, que irá emocionar e fazer chorar as massas. Vilsmajer não segue o caminho da narração épica, apresenta a história de uma forma resumida. Também não se aproxima dos personagens de um modo especial. A subida da montanha, a que eu mais esperava, termina em vinte minutos, e nem sequer se tem a sensação de estar num pico de oito mil metros com os personagens. O filme aparece como um filme de estúdio, sem a interação dos atores (ou dublês) com o verdadeiro Nanga Parbat. Não há razão para não pensar que tudo isto foi filmado nos Alpes. Neste aspeto, K2 americano tinha melhores cenas, mais «de Himalaia». Por outro lado, estamos aqui a seguir uma história verdadeira (o próprio Messner esteve envolvido nas filmagens), para que não tenha de se preocupar com heroísmos exagerados, patéticos ou cenas de lágrimas. O filme desacelera, ganhando fôlego e fatalidade apenas no último terço, o que retrata a descida da montanha. É então que a tragédia que marcou a vida do rei da montanha está prestes a desenrolar-se. É apenas aqui que assume uma dimensão mais profunda, personalidade e atmosfera forte, na qual a música de Santaolalla dá uma grande ajuda. (04/04/2011)

The fact that Nanga Parbat would not be an easy mountain to climb was clear to me already as I waited and stared at the commercials. Otherwise, they wouldn’t have made this story of two brothers climbing it. Still, when I watched the film, I couldn’t believe how difficult and demanding it must have been. The creators did a great job here, as did the actors. The shots of the Himalayas were also absolutely fantastic, and if it weren’t for the unnecessary rawness at the expense of emotions, I would have given it five stars. As it is, the movie looks like something made by Werner Herzog. Brutally evocative, calculating and cruel. (17/02/2015)