POMO

Motivo denso de abertura e declaração purificadora das verdades escondidas sobre si mesmo, publicamente diante das câmaras e na presença da esposa surpreendida. Com monólogos de auto-reflexão sincera do personagem de Richard Gere. Ele é tradicionalmente ótimo e é acompanhado pela precisa Uma Thurman. O filme ganha um toque de direção único com uma música incrivelmente agradável (canções) e um visual retrô atraente nos flashbacks de memória. No entanto, o final não satisfaz. O tema de revelar o passado do personagem principal com relatividade do que é verdade e do que não é, tinha um potencial maior. [Cannes FF]

Pode ser assim tão mau na Índia? A transformação da pura inocência feminina na única possível forma de existência, que é a não submissão às leis da selva patriarcal. Os valores familiares não são nas classes pobres da Índia o que são para nós. E o que no início parece sedutor no caminho errado, com o tempo pode tornar-se num colete salva-vidas. Mesmo que inumanamente triste. Um drama brutal e forte, com um enredo rico em nuances culturais, excelentes atuações e direção implacável. [Cannes FF]

Uma análise processual do procedimento dos habitantes de uma aldeia da Europa de Leste - a família da vítima, a polícia e o pai dos responsáveis - na investigação de um ato criminoso e no posterior tratamento dos factos descobertos. Um procedimento incompreensível e até absurdo para a civilização ocidental, mas, no âmago da mentalidade limitada dos personagens envolvidos, bem-intencionado - ainda que com um véu de remorso. Embora o argumento não gire explicitamente em torno da tragédia, a brilhante construção dos diálogos e a análise civil dos personagens cativam a atenção e despertam a curiosidade sobre o seu desenlace. A mesma história, com os mesmos personagens e diálogos, poderia funcionar igualmente bem na realidade polaca ou eslovaca. [Cannes FF]