POMO

Depois de uma excelente abertura psicológica e misteriosa com todas as cartas completamente escondidas debaixo da mesa, torna-se um jogo de matar barato com simpatias mal distribuídas entre os personagens e com um desenvolvimento de enredo idiota. E o personagem mais interessante e melhor interpretado é o primeiro a abandonar o jogo. [Sitges FF]

Uma maravilhosa peça de baixo orçamento com diálogos sinceros, atores civis e uma grande ideia de brincar com a experiência do género e com o coração do espetador. É tudo sobre o argumento! [Sitges FF]

Uma wanna-be alegoria em cartão do ciclo do funcionamento da sociedade de consumo? Pode ser. Mas a maior parte do tempo apenas balança desajeitadamente ao ritmo que não entende e não sabe o que fazer com ele. [Sitges FF]

É provavelmente tudo ficção, caso contrário não teriam (entre outros «casos contrários») escolhido um cinema húngaro (que supostamente ardeu) como o único local onde o filme foi lançado em 1988. Mas uma boa maneira, e aceitavelmente tratada, de transformar material velho de trash num filme de género atraente com uma aura de diabolismo oculto. A menos que eles próprios o tenham filmado há um dia. [Sitges FF]

Uma boa ideia resulta num drama bastante aborrecido que resigna a desenvolver-se em vários possíveis enredos atrativos, e continua a ser um mero retrato íntimo triste de um outsider num ambiente isolado duma grande cidade. [Sitges FF]

Não é que eu não queira chamar-me Pupi Pomo, mas estes 98 minutos de treta, treta, treta para revelar um mistério que não diz realmente respeito aos personagens principais, isso não. As cenas de horror demoram cerca de três minutos e não há nenhum gore. A estilização retro e a atmosfera eram, no entanto, deliciosas. [Sitges FF]

Um filme exemplarmente mal escrito e dirigido, seja por hibridação de género sem gosto, a falta de ideia para preencher a segunda metade com algo interessante, ou o insatisfatório clímax e conclusão da história. Duas estrelas para um início relativamente interessante de humor negro, mas cuja bizarrice, no contexto do resto das cenas, parece mais incompetência do que o valor pretendido. [Sitges FF]

Uma família no campo colombiano: No bosque encontram um gravador de cassetes com pilhas eternas e uma gravação de Mozart, no curral de cabras encontram um rapaz ariano silencioso e a olhar sem interesse para eles... e começa a meditação mallickiana sobre a ligação com a natureza, Deus e o Diabo. Cenas e pensamentos sobre todo o tipo de coisas que podem ou não significar algo, e que podem ou não estar relacionadas. Estive sentado na fila mesmo atrás dos autores na sala de cinema, e vê-los como pensativamente e com a máxima seriedade observam o seu trabalho enquanto o público se levanta e sai à volta deles era ainda mais bizarro do que a própria peça. Mais uma prova da importância da Bíblia para a humanidade. Uma estrela para as belas composições. [Sitges FF]

Localizações gravadas de grande-angular, a Sonata ao Luar de Beethoven, e um enredo digno duma curta-metragem ingénua. Ou dum filme de terror para crianças, mas sem Guillermo. Até o ponto de partida do epílogo, que era suposto acrescentar algo, é completamente sem piada. [Sitges FF]

Um filme em que mil coisas poderiam ter sido feitas de forma um pouco diferente, e não tivesse funcionado tão luxuosamente como funciona agora. Um jogo perfeito com o espetador que começa (de propósito?) como o filme do género «haunted house» mais vulgar, continua como um moral transparente «be careful what U wish», e eventualmente evolui para... (silêncio!) Sofisticadamente super-combinado, mas logicamente belo jogo multidimensional, com uma forte subcorrente social e leves tons existenciais (perda duma criança, envelhecimento, incapacidade de mudar o destino). Até seria admirável escrevê-lo tão precisamente num livro. E Volckman conseguiu fazê-lo num filme perfeito! **** 1/2 [Sitges FF]