Goldbeater

Na primeira metade de Poder do Cão inicia-se um jogo psicológico muito interessante e envolvente entre as personagens principais, onde esperamos e desejamos que as suas frustrações fervam silenciosamente e que expludam à superfície com toda a força no final. Mas isso não acontece e a segunda parte manda tudo por àgua abaixo dum modo tão previsível e desanimador que nos arrependemos da esperança inicial. De qualquer forma, Benedict Cumberbatch convenceu-me pela primeira vez de que é um excelente ator - se há alguma razão para assistir a este filme, é o seu desempenho. Além da música, também ela impressionante.

Eu desfrutei do novo Homem-Aranha no cinema, gostei do regresso dos nossos velhos conhecidos e também fiquei contente com o facto de alguns personagens, para os quais praticamente não tinha antecipado mais do que uma participação especial, terem surpreendentemente recebido um tempo de antena bastante grande. No entanto, este filme reflete muito bem as palavras de Martin Scorsese quando diz que o MCU é equivalente a um verdadeiro parque temático. Apesar de todo o seu suposto brilho, este filme não tem mais profundidade do que um veículo vazio que corre em trilhos firmes, em torno do qual saltam imitações de personagens bem conhecidas, na tentativa de emocionar o espetador. E embora, até certo ponto, eu esteja disposto a aceitar este despretensioso passeio ao serviço dos fãs, o que eu não pretendo perdoar é o facto de, no despoletar de toda a trama, os nossos dois "super-heróis" centrais ajam como os maiores idiotas da galáxia, com algo que ninguém se volta a preocupar durante resto do filme, e do qual ambos os personagens praticamente nem se arrependem. Sim, eu entendo que o filme precisava de algum enredo, mas neste caso, tudo (incluindo o desenredo) está construído com o apoio de muletinhas narrativas, umas atrás das outras. Além do recorrente e embaraçoso humor adolescente, ha... ha... Mais uma vez, digo que curti no cinema, mas "19º melhor filme"? Parece que vocês, queridos amigos, precisam realmente de pouco para ficarem entusiasmados.

The previous Post COVID TV movie was entertaining and lured the viewer into watching more; however, this movie just played it safe and rushed to the end. We will see what Parker & Stone has in store for us next year.

Eva Toulová is a natural phenomenon that I would be happy to see more of in the future if only out of sheer enthusiasm for biological anomalies.

Com pequenas reservas, estou satisfeito. No âmbito do cinema checo, é necessário por vezes expressar apoio a um filme que realmente se parece com um filme; com personagens que realmente lembram personagens vivos; com os seus problemas, que realmente dão a impressão de problemas civis; com um ambiente que realmente parece um ambiente existente; sem publicidade indireta da marca não mencionada de fatos masculinos e porcarias semelhantes. Pode parecer óbvio, mas pergunte-se a si mesmo qual a percentagem de filmes checos que, anualmente, satisfaz estas condições.

State of Siege is another political thriller from the proven Costa-Gavras + Yves Montand team, and one that left me completely speechless. After another viewing (in time) I am not going to rule out raising the rating to full points.

1917 é uma exibição de possibilidades técnicas e habilidades cinematográficas pelas quais merece todos os Óscares conquistados, mas de resto o seu tema não passa de uma atração no parque de diversões da Universal Studios. A cena em que o soldado encontra abrigo na casa da bela francesa era um cliché gasto já nos anos sessenta do século passado, no presente então...

Gosto do modo como o conceito "Yves Monhand num thriller político" é praticamente um subgénero individual do cinema francês, que oferece uma série de obras muito envolventes e de alta qualidade, entre as quais esta definitivamente pertence. O Sorriso do Assassino é um suspense interessante pela estrutura, alternando algumas exposições relativamente simples que revelam o contexto do crime político, cada uma das quais única, com uma tensão cativante e ao mesmo tempo literalmente muito educativa. O espetador atento vai adivinhar a conclusão decisiva com antecedência, mas isto certamente não diminui a eficácia do filme.

Um grande tema, uma pobre elaboração. Com uma premissa que traz reminiscências de 8MM, o filme atraiu a comunidade de censores cinematográficos para um espectáculo decente, mas pouco a pouco tudo ficou atolado num esquema já muitas vezes visto e, principalmente, num tédio hipnótico (tendo o filme menos de uma hora e meia). A mensagem de toda a obra também é estranha. Censor convida os espetadores para uma homenagem a "video nasties", mas em vez de trabalhar duma forma hábil a controvérsia em torno deste fenómeno e, sobretudo, a questão de se a brutalidade nos filmes pode afetar os espetadores, vem com uma conclusão simples e conservadora que sim, que estes filmes são fruto de gente louca e extravagantes e que têm uma má influência na psique dos espetadores. Isto não é uma homenagem, em termos de mentalidade estamos apenas algures entre os puritanos britânicos dos anos oitenta do século passado.

A fresh point of view, classic accuracy and entertainment. Most of all, it has beckoned me to watch the next installment - hopefully coming soon.