Goldbeater

Se o meu coração tem uma saleta com a inscrição "West Side Story", ela já está ocupada pela versão cinematográfica de 1961. Nesta versão, tudo é lindamente filmado, perfeitamente coreografado, cuidadosamente ensaiado, bem representado... mas tudo isso também está presente na versão com 60 anos de idade e, além do trabalho de ponta, não vejo grande justificação para a criação de um novo filme.

Bastava que tivessem feito algumas coisas de outro modo e o filme podia ter-se tornado chato, mas aqui tudo funciona como deve ser e o espetador é maravilhosamente absorvido. É notável como Sharlto Copley é capaz de carregar todo o filme aos ombros durante duas horas e consegue cativar o público com o seu desempenho num papel psicologicamente difícil. [Ji.hlava 2021]

É fascinante como, apesar de podermos ter a sensação de conhecermos a história graças aos meios de comunicação social, este documentário convence-nos de como todo o contexto do peso da responsabilidade individual e as demandas logísticas de toda a operação realmente não podem ser entendidas a partir de notícias fragmentárias. E este documentário esclarece tudo e, literalmente, permite-nos viver a experiência. [Ji.hlava 2021]

Bem, não sei em relação a vocês, mas esta coisa de fazer da necessidade uma virtude não me trouxe uma experiência documental verdadeiramente completa. Do protagonista principal e da sua psicologia, descobrimos praticamente apenas o que nos é transmitido pelos monólogos explicativos das pessoas que lhe são próximas, como se tivessem acabado de ser instruídos pelo realizador para resumirem os processos mentais momentâneos de Kamil, porque ele próprio se limita a encolher os ombros e a dizer que não sabe. Toda a gente no mundo tem problemas e uma em cada duas pessoas é hipócrita, portanto não sei muito bem porque é preciso fazer um documentário sobre todaselas, mesmo que a intenção inicial do projeto fosse diferente. [Ji.hlava 2021]

Wrapping empty boxes in the shiny paper of '80s nostalgia... Stop it, Hollywood.

It is a bite-sized documentary essay and nothing more, I know, I know. However, casting the excellent Nicolas Cage as the vulgarly poetic host is a priceless gimmick!

Fui um dos poucos a quem A Queda de Wall Street deixou absolutamente indiferente. O esforçado Vice pareceu-me bem e gosto bastante de Repórter como uma comédia despretensiosa. Mas só hoje Adam McKay me agradou verdadeiramente como criador, graças ao seu Não Olhem para Cima. Não é fácil fazer uma boa sátira e todos os anos alguns fanfarões convencem-se do contrário, mas neste caso correu bem. É equilibrado tanto na dose de piadas simples (algumas das quais não me agradaram, enquanto outras causaram-me explosões de riso), além do humor satírico inteligente (mantive uma careta durante todo o filme) e de cenas sérias e bem pensadas (que Leonardo DiCaprio rouba para si mesmo, o que funciona bem). No final do ano passado, a Netflix agradou-me com Mank e neste ano conseguiu a mesma coisa com este filme,um bocado antes da véspera do Ano Novo - começa a tornar-se uma tradição. PS: O facto deste trabalho refrescante ter atualmente uma classificação dos críticos de 55% num agregador da internet, cujo nome não menciono (ou seja, menos do que o terrível Venom: Tempo de Carnificina deste ano), enquanto que o chupa-chupa de feira popular Homem-Aranha: Sem Volta a Casa tem 90%, prova mais uma vez que aquela fossa hipócrita realmente não é fonte de opiniões relevantes e devo deixar de dar-lhe qualquer valor, nem que marginal.

Quer ter um cheirinho de Roma, mas não é Roma, então o que é? Belfast. Eu entendo o porquê de Kenneth Branagh querer realizar esta história, e espero sinceramente que ele esteja o mais satisfeito possível com o resultado, pois eu não consigo imaginar mais ninguém que estivesse... Hoje assisti a quatro filmes, e este, embora de longe o mais curto, deixou-me a impressão de ser o que mais se arrastou. As memórias nostálgicas de Branagh em relação aos cenários duma rua sem saída em Belfast, infelizmente, não me disseram nada e gradualmente limitei-me cada vez mais a ficar à espera da cena do trailer, em que Jamie Dornan começa a cantar "Everlasting Love" - e quem já viu o filme sabe que esperei uma eternidade, e também sabe que nem sequer valeu a pena. Uf.

This movie is all so kind of sweet, charming, and irresistible. However, suppose you take away the particular backgrounds of the characters, it also has a totally banal plot you have seen countless times before, and that could not surprise anyone who watches this.

Um disparate pretensioso. O Assassino em Série original funcionou perfeitamente como um filme terror por si mesmo, mas esta continuação não funciona como absolutamente nada e nem em sonhos se pode aqui encontrar qualquer tipo de atmosfera ou de receio pelos personagens. As únicas cenas que valem a pena mencionar fazem parte da tão badalada sequência em que está a decorrer o assassinato constantemente adiado, e ideias visuais semelhantes. No entanto, tudo se desmorona tanto nas tentativas de seguir a mitologia do filme original (incluindo a participação especial absolutamente aleatória e confusa de Tony Todd), quanto nas tentativas absurdamente literais de uma qualquer afirmação de crítica social.