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Anime sobre uma adolescente música que se reúne com o ex-namorado da sua irmã muito mais velha após treze anos. No entanto, o homem exausto e prematuramente envelhecido aparece-lhe ainda como um fantasma na sua forma treze anos mais nova, como ela se lembra dele da sua infância. Esta história dramática com elementos mágicos, musicais e românticos destaca-se pelo seu trabalho artístico extraordinário e pelos temas de como as pessoas mudam ao longo do tempo. No papel principal aparecem a angústia adolescente, um dilema de amor, laços familiares, e o confronto de ambição e realidade que rouba às pessoas os seus antigos sonhos e fantasias. Mas a narrativa poderia ter sido construída mais apertada e não diluída com personagens secundários e desvios desnecessários (tal como o tema do financiamento da cidade). Assim, as poucas cenas emocionalmente convincentes ao longo do filme ressoam muito mais do que o simples final, em que até o nível musical da história fica vazio.

Inicialmente um drama denso sobre a reunião de pai e filho após cerca de trinta anos, baseado na premissa de que o pai se tornou ao longo dos anos um bêbado odioso e louco, de cuja cabana na selva não há para onde fugir, após uma grande reviravolta a meio da história, muda para outro género, que praticamente não está relacionado com o enredo anterior e, além disso, de forma um pouco bizarra, passa a linha entre thriller de suspense e comédia negra maluca. No papel, pode ter parecido interessante e divertido, mas a realização é insatisfatória - é derrubado por uma série de erros de direção e argumento e por um protagonista desesperadamente pouco carismático.

Uma história romântica sobre um rapaz de dezasseis anos que, depois de ter fugido de casa em Tóquio, se apaixona por uma rapariga órfã de idade semelhante que consegue parar a chuva e invocar o sol por capricho - mas que paga caro por fazê-lo. Sinceramente, é um filme terrivelmente belo sobre o poder do amor, o desejo de liberdade, e a difícil tarefa de atravessar a vida na grande cidade enquanto esta desaparece gradualmente debaixo de água. Também pode ser lido como um comentário metafórico sobre as flutuações climáticas extremas que têm aumentado ultimamente. A sua única desvantagem é que, de facto, faz lembrar muito os filmes anteriores do realizador, e especialmente Your Name, que também era mais narrativo, misterioso e emocional. Por vezes, parece quase como se Makoto Shinkai quisesse repetir o seu sucesso após o seu êxito anterior, pelo que voltou a usar a mesma fórmula (jovem casal apaixonado, reunido por uma capacidade de fantasia mágica) e voltou a apimentá-lo com os seus temas favoritos (metrópole movimentada, chuva, comboios, banda sonora, catástrofe iminente, o risco de perda fatal de um ente querido) com o pressuposto de que funcionaria da mesma maneira, e claro que funciona, só que desta vez o resultado é um pouco mais transparente, mais simples e o drama tem de ser inventado artificialmente, principalmente através de várias perseguições com a polícia. O final poderia ter sido muito mais longo e mais surpreendente. Mesmo assim, Shinkai reafirma a sua posição de mestre no trabalho com detalhes e imagens poéticas, com diálogos, representação fiel do cenário e uma narrativa que pode tocar os corações em lugares certos.

Um thriller de ficção científica sobre dois socorristas que recentemente encontraram vários casos envolvendo uma nova droga que provoca a queda de pessoas noutros mundos. Para além do atraente tema misterioso, há mais um motivo clássico do género sci-fi, que o filme combina notavelmente com um drama emocional sobre a amizade entre os dois personagens principais e os seus difíceis problemas, e com passagens de ação/horror ao estilo de muito com pouco esforço. Poderia ter facilmente acabado como um estúpido filme B de Hollywood, mas a direção hábil, o argumento inteligente (exceto uma construção de apoio), o grande Anthony Mackie (ele tem consideravelmente mais espaço que Dornan, é uma pena que o filme não ligue mais os seus personagens na narrativa) e a falta de pathos fazem do filme um feito formidável de autor que parece original e fresco apesar da presença de alguns clichés.

Um drama social sobre um pobre rapaz que ingenuamente se apaixona por um colega de turma golpe do baú e se junta a um bando de ladrões de gasolina para ganhar dinheiro. Honestamente dirigido, o filme marca pontos devido aos seus atores naturais, cenário autêntico do campo mexicano e cinematografia de estilo documental. A narrativa crua, com um final intenso, é também dotada de uma certa falta de polidez e lentidão, enquanto uma linha secundária com um polícia ajuda o seu nível dramático e melhora a mensagem socioeconómica do filme. Só que faz parecer que roubar gasolina e arriscar potencialmente a vida não é tão mau e tão problemático como tentar sair com uma rapariga que só aceitará um convite em troca de um novo iPhone, o que provavelmente não era a intenção do filme.

Uma sequência que ninguém pediu e não havia razão nem tema para a fazer, mas o filme anterior ganhou muito dinheiro, pelo que teve de ser feito. A história é um grande modelo genérico, parecendo uma combinação ideais atrificiais e um produto criado por um gerador de enredos aleatórios. A simplicidade, vulgaridade e previsibilidade do enredo o filme tenta esconder com truques digitais, desenho de cenários e visuais coloridos - mas mesmo a este respeito apenas cumpre o habitual padrão agradável sem tentar nada original ou significativamente mais imaginativo. É elevado pelos aspetos de superfície profissionalmente realizados do filme e, por vezes, pelos atores. Mas todo esse esforço foi investido numa produção preguiçosa e desinteressante que existe praticamente por obrigação.

Apesar do título tentador e do excitante tema sobre os empregados adolescentes do cinema que, no início dos anos 90, acidentalmente descobrem uma película amaldiçoada com conteúdo pornográfico e invocam um demónio sexual feminino ao exibi-lo, este é um filme de terror relativamente virgem e moral de comédia, cuja mensagem consiste em que a pornografia é maléfica e que os fornicários correm o risco de uma devastação genital brutal (que se pode apreciar de perto numa cena). Os personagens principais mal escritos e irritantes são membros da juventude cristã que quase se cruzam ao verem um cartaz lascivo, e o filme baseia-se mais nos seus diálogos do que em cenas de exploração, mas é aborrecido, sem graça, sem ideais, e incapaz de fazer qualquer uso estimulante dos temas da época em oferta, tais como a atitude pré-Internet em relação à pornografia e homossexualidade como algo antinatural. Lixo não engraçado no qual realmente não valem os poucos segundos de seios nus.

Uma sátira social extremamente engraçada, ambientada num mundo de cor pastel onde todos os adultos usam aparelho (ao contrário das crianças, que são tratadas como propriedade), conduzem carrinhos de golfe, agem de forma completamente estranha e têm uma inveja evidente das suas casas, jardins, piscinas e filhos. O filme apresenta a história de uma das heroínas, que, após uma série de más decisões, tenta em vão libertar-se de uma conformidade total, mas de outra forma o filme não tem qualquer enredo e consiste mais em sketches tematicamente ligados, nos quais todo o tipo de situações mundanas e estereótipos de pequenas cidades são enriquecidos por linhas insuspeitas, absurdas e disparatadas. O resultado é um desfile surrealista de episódios imaginativos, nem todos eles acertam o alvo, mas a maioria é muito brincalhona e hilariante. O humor é subjetivo, no entanto, por isso, é claro que pode ser fácil encontrá-lo grosseiramente irritante.

Um filme clássico de terror com uma casa assombrada, fantasmas e um demónio, em que o protagonista - um jovem atormentado por traumas do passado e falta de finanças - aceita um emprego único como guardião de um membro morto da comunidade judaica (que faz parte da tradição), não fazendo ideia do mal que tentará saltar sobre ele do cadáver. Após uma exposição sólida, o filme desliza muito rapidamente para uma rotina de horror e uma série de susto padrão que utiliza os elementos judeus apenas esporádica e superficialmente, colando-se em vez disso a clichés baratos. A tensão é construída de forma bastante densa (embora apenas dentro de cenas individuais), muitas partes são devidamente arrepiantes, e a câmara kosher trabalha bem com a escuridão, mas isto mal é suficiente para um filme ligeiramente acima da média, surpreendentemente genérico em comparação com o seu tema promissor e com um final demasiado apressado.

Um filme de terror com elementos de comédia sobre uma equipa de realizadores de cinema que produz um popular programa de exorcismo na Internet, cuja última transmissão ao vivo (com atores contratados e truques preparados, claro) é subitamente perturbada por um verdadeiro demónio e aumenta as audiências. Construída sobre um tema atraente, a história perturba a atmosfera de terror com elementos cómicos, mas a sua eficácia é ligeiramente variável, tal como algumas das atuações, elementos alienantes e o ritmo instável da narrativa. O filme, que fala principalmente da maldade das mentiras, do poder curativo do perdão, e do fascínio pelo horror e pela violência, contém, no entanto, ideias e cenas deliciosas em quantidade suficiente para manter um entretimento consistente do princípio ao fim, e tem vários pontos surpreendentes, bem como uma conclusão absolutamente encantadora que ousa meter o dedo no sítio certo.